Basta ter um pouco de experiência em cobertura esportiva para saber que o assunto que vai dominar o noticiário pelo menos até quarta-feira é a série de três jogos sem vencer do Galo. Até aí, nada de anormal. Mas o viés desses debates será que o Atlético Mineiro começou a sentir a pressão, que o clube não vai conseguir administrar a responsabilidade de ser campeão, não vai chegar e o torcedor vai acabar atrapalhando por causa da ansiedade pelo título nacional sonhado há tanto tempo. E é muito cedo para fazermos essa “análise”.
Observando essa série sem vencer vemos um jogo contra o maior rival, que por si só dificulta a avaliação. Um empate em um clássico é um resultado completamente normal, ainda mais nas circunstâncias que foi aquele jogo maluco no Independência. A partida seguinte foi a Ponte Preta. A Ponte é um dos times mais chatos de se enfrentar em casa, ainda mais sem dois jogadores vitais para o time como são Bernard e Pierre. O empate não estava previsto, claro, mas é não é um resultado que determine o fracasso no campeonato. Fechando a série ruim, uma derrota por 1 a 0 para o Corinthians no Pacaembu, em um jogo equilibrado do início ao fim. Friamente, resultado normal. Duvido que no planejamento da comissão técnica não estivesse derrota nesse duelo.
Para resumir, desses nove pontos, apenas os dois contra a Ponte podem ser encarados como fora do planejado. Isso, na minha visão, não é motivo para se criar um clima de terra arrasada. Só será se os jogadores permitirem isso. Se forem contaminados com o discurso que vão ouvir durante toda a semana: de que há uma maldição no clube, de que Cuca não tem preparo para liderar um time em um torneio longo como os pontos corridos, que os jogadores vão amarelar no momento de decisão e por aí vai…
Se o Atlético Mineiro vai ser o campeão brasileiro daqui a três meses, eu não sei. Mas pela linda campanha realizada até aqui, o Galo não merece perder esse título porque foi influenciado pelo que falaram dele. Agora ou mais à frente. Para ajudar a evitar isso, desligar a TV agora pode ser uma medida fácil de se tomar.
Escrito por Vitor Sérgio, do Esporte Interativo